O design e o desempenho (diferencial) do capitalismo

Autores

  • Rafael da Silva Malhão Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

Design, Capitalismo, Desempenho, Desvio, Projeto

Resumo

O presente artigo propõe-se a pensar como as práticas de design proporcionam possibilidades para capturar os diferentes desempenhos do capitalismo. Inicio relembrando o processo de concretização do design contemporâneo, que teve sua gênese na Revolução Industrial. Esta seção busca articular os contrastes da formação histórica do design como disciplina e minha pesquisa de campo, que consistiu no esforço de um sociólogo em transformar-se em aluno em uma disciplina de projeto de tecnologias assistivas em um curso de graduação em design. Em seguida a tarefa será desdobrar como o pensamento projetual excede a dimensão mercadológica, ao compor o mundo por meio da conexão entre diversos materiais e pessoas.

Biografia do Autor

Rafael da Silva Malhão, Universidade Estadual de Campinas

Professor de sociologia na Universidade de Passo Fundo. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre e doutor em sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

AKRICH, Madeleine. The De-Scription of Technical Objects. In: BIJKER, Wiebe E. & LAW, John. Shaping technology/building society: studies in sociotechnical change. Massachusetts: The MIT Press, 1992.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil [CEDI]. pp. 1-19, 2008.

BONSIEPE, Gui. A tecnologia da tecnologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1983.

CARDOSO, Rafael. Uma Introdução a História do Design. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 2004.

CASTELFRANCHI, Yurij & FERNANDES, Victor. Teoria crítica da tecnologia e cidadania tecnocientífica: resistência, “insistência” e hacking. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 27, n. 40, p. 167-196, jan./abr. 2015.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer Vol 1. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

CRIADO, Tómas Sánchez. ¿Una vida fuera de catálogo? La transformación colaborativa del mercado de ayudas técnicas. Disponível em: <http://tscriado.org/2014/06/20/una-vida-fuera-de-catalogo-la-transformacion-colaborativa-del-mercado-de-ayudas-tecnicas/>. Acesso em: 15 mar. 2018.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2010.

FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

INGOLD, Tim. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação. Porto Alegre, v. 33, n. 1, pp. 6-25, 2010.

______________. The Perception of the User–Producer. In: GUNN, Wendy; DONAVAN, Jared (Ed). Design and Anthropology. Inglaterra: Ashgate Publishing Limited, 2012.

LANDES, David S. Prometeu desacorrentado: Transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, desde 1750 até a nossa época. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

LATOUR, Bruno. La tecnologia es la sociedade hecha para que dure. In: DOMÈNECH, Miquel & TIRADO, Francisco Javier. Sociologia Simétrica: ensayos sobre ciencia, tecnologia y sociedad. Barcelona: Editorial Gedisa, 1998.

LEONARD, Annie. A história das coisas. Da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2011.

LIPOVETSKY, Gilles & SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das letras, 2015.

MASSUMI, Brian. O capital (se) move. São Paulo: N-1 Edições, 2016.

MATIAS, Iraldo Alberto Alves. Projeto e revolução: do fetichismo à gestão, uma crítica à teoria do design. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2014.

MATIAS, Iraldo Alberto Alves. Projeto e revolução: do fetichismo à gestão, uma crítica à teoria do design. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2014.

NORMAN, Donald A. O design do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

OROZA, Ernesto. Catálogo da exposição Desobediência Tecnológica. Recife, 2015. Disponível em: <http://museo.com.br/catalogodesobedienciatecnologica.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2018.

PAPANEK, Victor. Arquitetura e Design: ecologia e ética. Lisboa: Edições 70, 1995.

_________________. Design for the real world: Human ecology and social change. London: Thames & Hudson, 2006.

PIGNARRE, Philippe & STENGERS, Isabelle. La sorcellerie capitaliste: pratiques de désenvoûtement. Paris: Éditions La Découverte, 2005.

PIGNARRE, Philippe & STENGERS, Isabelle. Capitalist Sorcery: breaking the spell. London: Palgrave Macmillan, 2011.

SAHLINS, Marshall. Stone Age Economics. Chicago: Aldine • Atherton, Inc, 1972.

SCHNEIDER, Beat. Design – uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo: Editora Blücher, 2010.

SIMONDON, Gilbert. El modo de existencia de los objetos técnicos. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.

_________________. Sur la technique (1953-1983). Paris: Presses Universitaires de France, 2014.

SLADE, Gilles. Made to break: technology and obsolescence in America. Cambridge: Harvard University Press, 2006.

TARDE, Gabriel. Monadologia e sociologia e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Downloads

Publicado

2019-12-15

Como Citar

Malhão, R. da S. (2019). O design e o desempenho (diferencial) do capitalismo. Proa: Revista De Antropologia E Arte, 2(9), 138–165. Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/proa/article/view/3285