Intelectuais e resistência democrática: vida acadêmica, marxismo e política no Brasil
Resumo
O artigo analisa como foi possível, durante os anos setenta, que um grupo de intelectuais, com forte formação acadêmica, pudesse estabelecer uma relação direta com a vida política jamais vista até então na cultura brasileira. O foco do trabalho centra-se em alguns dos membros da chamada “escola paulista de ciências sociais”, mais precisamente no grupo influenciado por Florestan Fernandes, que realizou uma leitura original da obra de Marx e teve um desdobramento no Cebrap e na atuação em jornais e revistas de oposição durante a ditadura. Ao longo da década de setenta, esses intelectuais não apenas buscaram formas institucionais de intervenção fora dos muros protegidos da universidade, mas também consolidaram uma “interpretação do Brasil” que pretendeu romper pela esquerda com as concepções vigentes, marcadamente com o nacional desenvolvimentismo. Foi a articulação dessas duas dimensões que deu a eles o status de intelectuais que dirigiam intelectuais na luta contra o autoritarismo e pela democratização e lhes proporcionou a legitimidade para que pudessem se tornar políticos.Downloads
Publicado
2010-10-07
Como Citar
Lahuerta, M. (2010). Intelectuais e resistência democrática: vida acadêmica, marxismo e política no Brasil. Cadernos AEL, 8(14/15). Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/ael/article/view/2492
Edição
Seção
Artigos