Psicanálise na Ditadura (1964-1985): História, Clínica e Política
Resumo
A história da psicanálise no Brasil é marcada por uma trajetória complexa e multifacetada, mas poucos períodos são tão cruciais e reveladores quanto os anos da ditadura civil-militar (1964-1985). Em um contexto de repressão política, censura e violência de Estado, o campo “psi” não apenas sobreviveu, mas também se expandiu de maneira notável. No entanto, essa expansão não foi isenta de ambiguidades e contradições. Como a psicanálise, um campo de saber dedicado à escuta do sujeito e à exploração do inconsciente, navegou em um cenário que buscava silenciar a dissidência e impor uma ordem autoritária? Quais foram as estratégias de sobrevivência, acomodação e resistência adotadas por psicanalistas e instituições? É para responder a essas e outras perguntas que a obra de Rafael Alves Lima, “Psicanálise na Ditadura (1964-1985): História, Clínica e Política”, se torna uma leitura indispensável. O livro de Lima se insere em um movimento crescente de revisão crítica da história da psicanálise, que busca ir além das narrativas hagiográficas e das genealogias institucionais. Ao colocar o arquivo no centro de sua investigação, o autor nos oferece uma perspectiva renovada e rigorosamente fundamentada sobre as relações entre a psicanálise, a política e a sociedade brasileira. A obra não se limita a denunciar as cumplicidades ou a celebrar as resistências, mas se propõe a compreender as nuances e as complexidades de um campo em constante tensão. Nesse sentido, o livro é um convite a um trabalho de memória coletiva, um exercício de reflexão sobre o papel da psicanálise em um dos períodos mais sombrios da nossa história.
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