Sintagmas cosmológicos e um perspectivismo ameríndio: sobrenatureza e conhecimento entre os tuxá da Bahia
Cosmological syntagms and an amerindian perspectivism: preternature and knowledge among the tuxá of Bahia
Resumo
Partindo do perspectivismo ameríndio em Viveiros de Castro, com sua ênfase inicial no aspecto pronominal das relações cosmológicas, estudamos a dimensão que chamamos sintagmática nas relações cosmológicas dos Tuxá do sertão baiano, habitantes da margem do rio São Francisco. Através de uma perspectiva sintagmática tuxá, vemos como determinados sintagmas delimitam maneiras socialmente formalizáveis, senão formulaicas, de enunciar os discursos
indígenas com relação à sobrenatureza. Considerando a enunciação como um potente meio hermenêutico e social de relacionamento com a realidade, e também de criação/significação desta, tal perspectivismo nos auxilia a compreender relações entre estratos ontológicos que, não sendo necessariamente simetrizáveis, mostram-se em dinâmicas assimétricas com que a fala tuxá é instada a lidar, pragmática e cosmopoliticamente, no tocante a seus mestres encantados e entidades mais-que-humanas.
Palavras-chave: Antropologia linguística; Nordeste Indígena; Teoria do Conhecimento
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