A percepção do tempo

Autores

  • William James
  • Renato Duarte Fonseca Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Resumo

Nos próximos dois capítulos, tratarei do que por vezes se denomina percepção interna, ou percepção do tempo e de eventos enquanto ocupantes de uma data no tempo [a date therein], especialmente quando essa data é passada, em cujo caso a percepção em questão recebe o nome de memória. Para lembrar-se de uma coisa como passada, é necessário que a noção de ‘passado’ seja uma de nossas ‘ideias’. Veremos no capítulo sobre a Memória que muitas coisas são pensadas por nós como passadas não devido a alguma qualidade intrínseca sua, mas antes porque são associadas a outras coisas que, para nós, significam pretericidade [pastness]. Mas como essas coisas adquirem sua pretericidade? Qual é a origem de nossa experiência
de pretericidade, a partir da qual obtemos o sentido do termo? É essa questão que se convida o leitor a considerar no presente capítulo. Veremos que temos um sentimento [feeling] constante, sui generis, de pretericidade, pelo qual cada uma de
nossas experiências acaba por vez capturada. Pensar em uma coisa como passada é pensá-la entre os objetos ou na direção dos objetos que, no momento presente, mostram-se afetados por essa qualidade. Essa é a origem de nossa noção do tempo
passado, na base da qual a memória e a história constroem seus sistemas. E neste capítulo consideraremos apenas esse sentido imediato de tempo.

Biografia do Autor

Renato Duarte Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Publicado

2023-05-31

Como Citar

James, W., & Duarte Fonseca, R. (2023). A percepção do tempo. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], 7(16), 251–282. Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/4863