Tianxia e suas contrapartes decoloniais: “China” como civilização, não etnia
Resumo
Este artigo argumenta que há semelhanças importantes entre a concepção de “tianxia” de Zhao Tingyang e o mundo decolonizado e pós-racial imaginado por pensadores decoloniais do sul global. Definida em termos de “internalização”, “relacionalidade” e “melhoria”, a lógica de “tianxia” que Zhao descreve é comparável à visão de uma ordem mundial não racializada de síntese cultural mútua da qual os pensadores decoloniais também falaram. Entender “tianxia” dessa forma também nos permite articular melhor a natureza da “característica-chinesa”. Tradicionalmente, a China ou “huaxia” era identificada com a civilização per se, e a civilização como “huaxia” não era definida por meio de etnia e, assim, não era reservada a nenhum grupo de pessoas. Sob esta compreensão de “huaxia”, ser (vir a ser) “chinês” é meramente ser civilizado, e civilização, por sua vez, é a habilidade de abraçar o mundo em sua totalidade. Este artigo expande a definição de Zhao de “tianxia” argumentando que cultura (“wen”) também deve ser incluída como um componente não redutível de “tianxia”. Este artigo argumenta, em última análise, que ser “chinês” deve significar a habilidade de abraçar e sintetizar ativamente culturas mundiais. Este é o verdadeiro significado de “huaxia”, um significado que se mescla a importantes vertentes do decolonialismo e, portanto, tem um significado mais universal.
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