Implodir o eurocentrismo e interculturalizar o currículo da filosofia

Imploding Eurocentrism and interculturalizing the curriculum of philosophy

Autores

  • José Jorge de Carvalho Universidade de Brasília (UnB)

Resumo

Apresento aqui o esboço da proposta de uma reformulação geral do currículo da filosofia como uma disciplina acadêmica no Brasil. Parto do artigo de M. A. Werle como emblemático dessa formação filosófica eurocêntrica, monoepistêmica e monocultural que não reconhece, explicitamente, a existência de uma filosofia oriental ou africana, reproduzindo o racismo epistêmico que se estruturou na Europa em torno dos escritos de Antropologia de Immanuel Kant. Em contraponto à atitude de Werle, recupero a disposição para o diálogo com a filosofia chinesa exercitada por G. W. Leibniz e especialmente por Christian Wolff, vítima que foi de uma violenta censura acadêmica contra seu ensaio sobre a filosofia prática chinesa no século XVIII. O novo currículo poderá se inspirar nos Colóquios de Filosofia Oriental da Unicamp e no movimento do Encontro de Saberes. Adaptando, 200 anos depois, a postura aberta leibniziana-wolffiana para a realidade brasileira, colocaremos em pé de igualdade as tradições filosóficas ocidentais, orientais, indígenas, afro-diaspóricas e de todos os demais povos.

Palavras-chave: eurocentrismo, filosofia intercultural, racismo, pluriepistêmico, Encontro de Saberes

Biografia do Autor

José Jorge de Carvalho, Universidade de Brasília (UnB)

Professor do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB).

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Publicado

2025-07-10

Como Citar

de Carvalho, J. J. (2025). Implodir o eurocentrismo e interculturalizar o currículo da filosofia: Imploding Eurocentrism and interculturalizing the curriculum of philosophy. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], 9(20), 141–153. Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/5403