Sociologia psicanalítica e os traumas da história: Alexander Mitscherlich entre as disciplinas
Psychoanalytic sociology and the traumas of history: Alexander Mitscherlich between the disciplines
Resumo
Este artigo examina a forma como aspectos da história recente foram excluídos em estudos importantes que emergiram da psicologia social psicanalítica de meados do século XX. Baseia-se nos trabalhos de Erikson, Marcuse e Fromm, mas centra-se em particular em Alexander Mitscherlich. Mitscherlich, um psicólogo social associado à última escola de Frankfurt, foi também a figura psicanalítica mais importante na Alemanha do pós-guerra. Isso torna seu trabalho significativo para traçar a maneira pela qual a experiência histórica da guerra e do nazismo foi eliminada das narrativas psicossociais desse período, em favor de análises mais estruturais da dinâmica da autoridade social. A obra de Mitscherlich A incapacidade do luto, de 1967, redigida em coautoria com Margarete Mitscherlich, é frequentemente citada como o ponto em que a experiência histórica “ausente” voltou a inundar os relatos psicanalíticos da sociedade. Argumento que esta publicação marcante não promove a mudança em direção à psicanálise da experiência histórica com a qual é frequentemente associada. Esses escritores mais sociológicos de meados do século escreveram antes do impacto de várias tendências que surgiram nas décadas de 1980 e 1990, as quais desviaram decisivamente a atenção da psicanálise da investigaçãoda autoridade social para um foco no trauma histórico. Em última análise, esta é também uma narrativa sobre as transformações que ocorrem quando a psicanálise se move entre disciplinas.
Palavras-chave: Alexander Mitscherlich; Alemanha do pós-guerra; Psicanálise; Incapacidade de Fazer Luto; Trauma.
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