Da Exclusividade à Inter-relacionalidade: A Noção Lógica Budista e Desconstrução do Eurocentrismo Filosófico
From Exclusivity to Inter-relationality: The Buddhist Logical Notion and the Deconstruction of Philosophical Eurocentrism
Resumo
Este artigo contesta a pretensão da filosofia ocidental europeia de ocupar posição exclusiva e incomparável no campo filosófico universal, expondo a insuficiência lógica de tal afirmação. Propõe-se uma análise crítica fundamentada na teoria de rede inter-relacional, com ênfase nas estruturas lógicas do budismo, especialmente na tradição Madhyamaka chinesa e indiana, e na escola Geluk, chinesa e tibetana. Argumenta-se que a filosofia emerge universalmente como resposta à condição humana de impermanência, sofrimento e finitude, não sendo privilégio da cultura helênica. Examina-se a relação histórica entre pensamento filosófico e religioso, demonstrando a interdependência entre a filosofia budista e tradições como a grega e a chinesa. Refuta-se a noção lógica da pureza e da autonomia da filosofia ocidental ao evidenciar diálogos históricos com tradições orientais, como atestado em textos como o Milindapañhā e nos tratados de Nāgārjuna. Critica-se o reificamento hegeliano da filosofia como portadora de uma noção lógica que se aproxima da lógica revelada e defende-se uma concepção inter-relacional e crítica da filosofia como rede em fluxo interdependente de racionalidades complementares. A tradição filosófica budista, com seus métodos argumentativos e hermenêuticos, é apresentada como modelo de racionalidade autônoma e anti-reificadora, em fluxo com as exigências filosóficas contemporâneas. O texto conclui que a filosofia não é uma entidade atomizada e exclusiva da Europa, mas sim uma expressão da cognição humana em resposta às estruturas fundamentais da existência.
Palavras-chave: Lógica inter-relacional; filosofia budista; crítica ao eurocentrismo; tradições filosóficas não ocidentais; teoria da rede inter-relacional.
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