Leibniz e a questão do espinozismo chinês
Abstract
O texto de Leibniz do Discurso sobre a teologia natural dos chineses é o primeiro exemplo deum importante filósofo europeu dedicado à filosofia chinesa e continua sendo um dos raros casosdo tipo. Quando consideramos os limites das fontes de Leibniz e o fato de que a “filosofia comparada” quase não tinha precedentes na Europa à sua época, sua interpretação foi especialmente bemsucedida. O compromisso de Leibniz com a filosofia chinesa seguiu os contornos da Controvérsiados Ritos e da posição jesuítica de acomodação. O Discurso se concentrou, em particular, sobre aquestão de saber se os chineses (e o confucionismo especificamente) tinham uma teologia naturalou se eram ateus. Entre os filósofos na Europa, porém, a acusação contra os chineses era mais específica do que mero ateísmo – eles viam o Confucionismo como uma forma de Espinozismo. Estevínculo data pelo menos desde Pierre Bayle e aparece claramente em Malebranche. Assim, Leibnizse preocupou não só em mostrar que os confucionistas eram teístas (como ele), mas também quenão eram espinozistas. Ao montar este argumento, Leibniz usou evidências textuais e o princípiode caridade hermenêutica, projetando as conclusões que os chineses naturalmente fariam, enquanto seres racionais. A grande ironia é que, enquanto Leibniz fora um intérprete muito mais generoso, cuidadoso e perspicaz do pensamento chinês, a maioria dos estudiosos considera hoje que Baylee Malebranche aproximaram-se mais da verdade. Ou seja, enquanto ninguém atualmente diria queos filósofos chineses eram espinozistas, eles provavelmente estavam mais perto de Espinoza do queo próprio Leibniz. Neste artigo, examinarei os argumentos de Leibniz contra o espinozismo chinês, considerando, em particular, os tipos de conclusões que ele assumiu e que os filósofos chinesesteriam racionalmente tomado. O objetivo não é tanto avaliar a interpretação de Leibniz, mas verque lições podem ser aprendidas de uma abordagem que privilegie a compreensão transcultural ea filosofia comparativa.Downloads
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