Realidade histórica, representação literária e coesão factual nos ensaios "ameríndios" de Michel de Montaigne
Historic reality, literary representation and factual cohesion in Michel de Montaigne’s "Amerindian" essays
Resumo
O objetivo desse artigo é fazer uma revisão dos capítulos da tese Civilisation et barbarie en France au temps de Montaigne que tratam dos ensaios “ameríndios”
do escritor francês. Reafirmam-se suas hipóteses principal e secundária, e fazem-se ajustes e correções de equívocos interpretativos, especialmente com relação à “canção da cobra”. A tese fundamental consiste em sustentar, com base em documentos de arquivos e no cruzamento de informações históricas e textuais, que Montaigne blefou, ao relatar o encontro entre o rei da França e alguns índios brasileiros, no final do ensaio sobre os canibais. Ele altera a cena testemunhada em sua cidade, quando da visita de Carlos IX, em 1565, deslocando-a para Rouen, em 1562, a fim de pôr na boca dos índios brasileiros suas próprias críticas à sociedade francesa. A tese secundária consiste em argumentar que há coesão factual entre “Dos canibais” (I, 31) e “Das carruagens” (III, 6), pois a entrada real de 1565 é o pano-de-fundo histórico em comum, conforme sugere a segunda parte desse ensaio.
Palavras-chave: Montaigne, blefe literário, coesão factual, “conto canibal”, “canção
da cobra”.
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