Cosmotécnica, inter-relacionalidade e tianxia: um triálogo filosófico em prol da superação da modernidade
Cosmotechnics, inter-relationality and tianxia: a philosophical trialogue in favor of overcoming modernity
Resumo
Este artigo tem por objetivo estabelecer um triálogo entre o pensamento de três autores cruciais para o entendimento da filosofia chinesa e de como a temática da ciência e da tecnologia se insere em tal filosofia no âmbito de uma tentativa de superação da modernidade ocidental. A primeira contribuição vem de Yuk Hui: sua interpretação da técnica como cosmotécnica aponta para a influência central de cosmologias originárias na relação que determinado povo trava com o universo da técnica. Desta forma, este autor demonstra como a noção chinesa da técnica não coincide com a técnica grega, criando assim um vínculo caracteristicamente chinês com este universo particular, a união entre Qi (器) e Dao (道). Em seguida temos a teoria da inter-relacionalidade de Antonio Florentino Neto apontando para a não centralidade da ideia de essência na filosofia chinesa, o que estabelece o ser como um processo ao mesmo tempo em que desvincula a ciência da busca por verdades definitivas e a coloca em busca da harmonização com o mundo. Por fim abordamos a proposta de Zhao Tingyang de releitura do Sistema Tianxia (天下) que vigorou durante a dinastia Zhou. Para ele é necessário criar um sistema de governança global baseado na interiorização do mundo que supere a condição anárquica do sistema internacional atualmente fundamentado sobre Estados e influenciado por ambições imperialistas. Pontuamos que a filosofia de Yuk Hui estabelece a via de concretização de tal projeto que virtualmente superaria a modernidade ocidental.
Palavras-chave: técnica, cosmotécnica, inter-relacionalidade, tianxia, modernidade
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