Estudos de Contrapúblicos
Foto: Renata Armelin
Chamada de trabalhos: Estudos de Contrapúblicos
Em 2022, comemora-se um triplo aniversário: 50 anos da publicação do livro Öffentlichkeit und Erfahrung [Esfera pública e experiência], do sociólogo Oskar Negt e do cineasta Alexander Kluge; 30 anos do capítulo “Rethinking the Public Sphere” [Repensando a esfera pública], da filósofa Nancy Fraser; e 20 anos da coletânea Publics and Counterpublics [Públicos e contrapúblicos], do teórico literário Michael Warner.
Cada um destes escritos representou uma contribuição fundamental para avançar críticas aos limites da abordagem teórico-crítica da esfera pública de Habermas e, assim, estabelecendo as bases para teorias sociais pós-habermasianas, em especial tendo em vista o conceito de “contrapúblicos”.
O conceito de contrapúblico parece ser um dos casos relativamente raros de contribuição original da teoria crítica que passou a ser apropriada e desenvolvida pela teoria tradicional, o que consolidou nas duas últimas décadas um campo de estudos específico. Hoje, os Estudos de Contrapúblicos são um vibrante campo interdisciplinar que abarca os Estudos da Comunicação, a Teoria Literária, a Filosofia, a Antropologia, a Ciência Política, a Sociologia e diversas outras disciplinas científicas e produz pesquisas teóricas e empíricas sobre as novas mudanças estruturais dos públicos e dos contrapúblicos não apenas no Norte Global como cada vez mais no Sul Global.
Convidamos a submissão de artigos, resenhas e traduções. Seguem algumas sugestões de temas para artigos que respondam a esta chamada:
(1) artigos teóricos sobre:
(1.1) implicações, dilemas e potencialidades da circulação do conceito de contrapúblico do Norte Global em direção ao Sul Global;
(1.2) o impacto nos contrapúblicos da indústria cultural ou da indústria da consciência e de novas tecnologias da informação e da comunicação como a internet e as redes sociais digitais;
(1.3) a relação entre psicanálise, teoria da esfera pública e os estudos de contrapúblicos; e
(1.4) horizontes éticos e político-normativos subjacentes às teorias dos contrapúblicos; bem como
(2) artigos empíricos sobre:
(2.1) públicos e contrapúblicos subalternos (proletários, feministas, antirracistas, LGBTQ+, indígenas e múltiplas interseccionalidades entre diversos sistemas de opressão);
(2.2) os imbricamentos de públicos subalternos em públicos dominantes por meio da ação institucionalizadora de movimentos sociais progressistas;
(2.3) contrapúblicos artísticos diversos (literários, musicais, festivais de cinema, exposições de arte, teatro, etc.), contrapúblicos educacionais (docentes ou estudantis), contrapúblicos científicos, e demais contrapúblicos temáticos; e, por fim,
(2.4) contrapúblicos ditos “não-subalternos” (religiosos, conservadores, céticos climáticos, em torno da masculinidade e/ou da branquitude e, por fim, grupos abertamente de extrema-direita).
Prazo para submissões: 01/03/2022
Editores: Jonas Medeiros (CEBRAP), Rúrion Melo (USP/CEBRAP) e Fabiola Fanti (CEBRAP).
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