A arte da escuta: Nietzsche pelos ouvidos de Derrida

Autores

  • Antonio Edmilson Paschoal Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Resumo

Segundo Nietzsche, para compreendê-lo, é necessário escutá-lo, ouvi-lo com atenção. Uma recomendação que inicialmente parece soar estranha, pois sua filosofia está registrada em livros, mas que é considerada de forma muito especial por Jacques Derrida, ao se propor escutar o filósofo de Weimar, tendo em vista
os indícios sonoros deixados por ele em seus escritos e em especial em seu relato supostamente autobiográfico, Ecce homo, que é considerado pelo intérprete não tanto por aquilo que nele seria constatativo, mas por seu caráter performativo. Por meio de um exercício otobiográfico, Derrida faz notar, entre os relatos registrados no livro analisado, indícios que revelam a pluralidade onde um leitor incauto poderia buscar a unicidade do autor que performa uma exposição de si no texto. Desse modo, Derrida desconstrói a ideia de identidade de um autor que se colocaria antes do texto e o controlaria, apresentando, no seu lugar, a tese de que não existe propriamente uma linha que separa a obra do autor. O corpus do corpo.

Palavras-chave: Nietzsche; Derrida; Ecce homo; corpo; corpus

Biografia do Autor

Antonio Edmilson Paschoal, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e pesquisador do CNPq. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (Capes) - Código de Financiamento 001.

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Publicado

2022-02-23

Como Citar

Edmilson Paschoal, A. (2022). A arte da escuta: Nietzsche pelos ouvidos de Derrida. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], 5(12). Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/4627