Contestando os limites do político: o lugar da representação na teoria crítica feminista

Autores

  • Beatriz Rodrigues Sanchez

Resumo

A teoria democrática é um campo em disputa. As teorias da representação hegemônicas, ou seja, aquelas que partem de uma perspectiva liberal de democracia, não são lugares neutros, já que contribuem para a cristalização de determinados pontos de vista em detrimento de outros. A teoria política feminista tem como contribuição fundamental o apontamento dos ocultamentos produzidos historicamente por essas correntes dominantes da ciência política. Partindo destes pressupostos, o trabalho tem como objetivo a aproximação entre as teorias da representação e a teoria crítica, mais especificamente a teoria crítica feminista apresentada na obra de Nancy Fraser, promovendo reflexões que revelem os pontos de contato e distanciamento entre os diversos autores. O cerne da argumentação está na afirmação de que a conexão entre as teorias da representação e a teoria crítica feminista pode oferecer elementos para a análise das relações entre democracia e desigualdades. O trabalho será dividido em cinco partes. Na primeira parte é apresentada uma breve reflexão sobre o conceito de representação política na teoria democrática e os desafios trazidos para sua definição a partir da modernidade. Em seguida, são discutidos os objetivos da teoria crítica, sua ligação intrínseca com os movimentos sociais e o conceito de democracia deliberativa desenvolvido por Habermas. Na terceira parte, define-se a teoria crítica feminista a partir da crítica feita pelas autoras à democracia deliberativa e aos limites excludentes da teoria da ação comunicativa. Logo após, o lugar da representação política na teoria crítica feminista, principalmente na obra de Nancy Fraser, é abordado. Por fim, exploram-se as implicações ou ganhos analíticos da aproximação entre os dois campos.

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Publicado

2019-04-10

Edição

Seção

Artigos (Dossiê Temático)