Dialética da libertação: Crítica e utopia na teoria da emancipação de Marcuse

Autores

  • Rosalvo Schütz Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Resumo

A dimensão da utopia concreta é constitutiva da teoria crítica de H. Marcuse. No seu confronto com teorias tradicionais, como a de Freud, esse olhar diferenciado possibilitou uma apropriação produtiva numa perspectiva emancipatória. Alargou-se, assim, o horizonte de atuação crítica para além do princípio de realidade instituído. Ao ampliar os conceitos de classe social e de negação na dialética, Marcuse desloca o lugar social da negação, libertando a práxis social da petrificação ritualizada do marxismo ortodoxo e da interdição de certos pressupostos idealistas. Uma das consequências será a necessária afirmação da primazia qualitativa nos processos de transformação social e de luta de classes. Ao articular dialeticamente as dimensões da crítica e da utopia, Marcuse elabora uma teoria da emancipação que adquire significado especial na atualidade. Neste artigo, pretende-se apresentar os principais elementos constitutivos dessa teoria a partir de algumas obras centrais do autor.

Biografia do Autor

Rosalvo Schütz, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Doutor em Filosofia pela Universität Kassel/Alemanha. Professor de Filosofia na Universiade Estadual do Oeste do Paraná, atuando como decente permanente no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável. Bolsista de Produtividade do CNPq.

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Publicado

2019-02-13

Edição

Seção

Artigos (Dossiê Temático)