A teoria crítica de Adorno: 50 anos depois
PRAZO PARA SUBMISSÃO: 30 DE JUNHO DE 2019
Editores responsáveis: Raquel Patriota (Unicamp), Ricardo Lira (Unicamp) e Adriano Januário (CEBRAP).
Em 6 de agosto de 1969 faleceu Theodor W. Adorno. Ao longo dos 50 anos desde sua morte, a importância de sua obra e o lastro de suas interpretações têm sido objeto de debate em áreas do saber tão diferentes quanto a sociologia, a crítica literária, a filosofia ou a estética. A pluralidade de temas a que se dedicou Adorno apresenta, no entanto, um solo comum: seu compromisso inconteste com a teoria crítica da sociedade. Disso dá testemunho não apenas sua obra publicada, mas também e sobretudo suas frequentes intervenções na esfera pública alemã. Poucos meses antes de sua morte, Adorno reafirmaria tal compromisso no texto "Para a especificação da teoria crítica", apenas esboçado na forma de teses, no qual busca determinar a exigência de uma crítica transformadora do presente – uma tarefa aberta à contínua atualização.
Com o objetivo de contribuir com essa longa discussão, a Dissonância propõe este dossiê não somente como um modo de refletir sobre as implicações da obra de Adorno, mas principalmente pensar sua importância para os desafios da Teoria Crítica hoje.
Uma tal reflexão, por sua vez, desdobra-se em algumas perspectivas de investigação. Por um lado, pode-se explorar a especificidade dos temas tratados por Adorno em relação aos diagnósticos de tempo presente, bem como suas limitações. Qual a vinculação entre teoria e práxis no âmbito do capitalismo tardio industrial? Se a arte permanece ao mesmo tempo autônoma e fato social, em que medida a crítica de obras de arte ilumina aspectos da dominação social? O diagnóstico de Adorno a respeito do capitalismo tardio teria deixado de lado outros aspectos materiais e simbólicos da sociedade? Quais seriam as possíveis diferenças entre os modelos críticos de Adorno e de outros autores contemporâneos da tradição crítica - tais como Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Walter Benjamin e Jürgen Habermas -, levando em conta suas limitações e ganhos?
Por outro lado, pode-se investigar as contribuições da obra de Adorno para os debates recentes, além das dificuldades de uma tal atualização. Em que medida a crítica adorniana à filosofia da história contribui para as discussões sobre a descolonização na Teoria Crítica? Até que ponto seus trabalhos sobre o fascismo e autoritarismo permitem compreender tanto a ascensão recente de regimes autoritários, quanto dos novos movimentos que demandam um aprofundamento da democracia?
A Dissonância recebe até o dia 30/06/2019 contribuições (artigos, traduções e resenhas) que reflitam sobre esses e outros aspectos da teoria crítica de Adorno.
Em caso de dúvidas, escreva para o e-mail da revista: revteoriacritica@gmail.com.