Teoria Crítica e Herbert Marcuse
O terceiro número da Dissonância: Revista de Teoria Crítica receberá, até o dia 10 de Março de 2018, artigos, traduções e resenhas relacionados ao trabalho de Herbert Marcuse.
Os editores serão os professores John Abromeit (SUNY) e Marcos Nobre (UNICAMP)
Marcuse foi um teórico crítico que sempre procurou apresentar o mais preciso diagnóstico de tempo presente. Essa característica levou-o por vezes a entrar em conflito com outros teóricos críticos; por exemplo, em sua reavaliação do conceito de utopia. Isso não significa, entretanto, que Marcuse tenha buscado romper com a Teoria Crítica. Muito pelo contrário. Ainda assim, seu compromisso inabalável com uma crítica transformadora do presente torna muitas vezes difícil ver como ele se relacionou com outras tendências – tanto antigas quanto novas – no interior da Teoria Crítica.
Por esse motivo, a primeira seção temática do presente número especial de Dissonância investigará a relação de Marcuse com a Teoria Crítica e com a teoria marxista em sentido amplo. O segundo tema central do número tratará da transformação materialista feita por Marcuse da ideia hegeliana da filosofia como “seu próprio tempo apreendido em pensamento”.
São pelo menos duas as perspectivas de investigação aqui. Por um lado, recebermos artigos que exploram e analisam a relação queMarcuse estabeleceu com seu próprio tempo – especialmente com os movimentos de libertação do então chamado “Terceiro Mundo”, com o feminismo, o ambientalismo, as novas formas de tecnologia, e outros temas e lutas das décadas de 1960 e 1970. Por outro lado, também incentivamos artigos que explorem a relevância de Marcuse para os debates teóricos e políticos do presente, especialmente depois das revoltas democráticas que explodiram por todo o mundo depois de 2011. Em suma, nosso objetivo é entender o presente de um modo marcuseano: com Marcuse para além de Marcuse.