Dossiê Marx & Simmel

PRAZO PARA SUBMISSÃO: 10 DE SETEMBRO DE 2018

Editores responsáveis: Mariana Teixeira (CEBRAP) e Arthur Bueno (Universidade de Erfurt)

Em 2018 se completam 200 anos do nascimento de Karl Marx e 100 anos do falecimento de Georg Simmel. Apresenta-se, assim, uma ocasião oportuna para a reflexão acerca das relações entre as obras dos dois autores e seu significado para a teoria crítica.

A relevância dos escritos de Marx para a obra de Simmel é com frequência mencionada por seus comentadores, mas a extensão dessa influência ainda está por ser mais bem explorada. As continuidades entre os dois pensadores são notáveis sobretudo no âmbito de seus diagnósticos da sociedade moderna: as análises de Marx sobre a alienação, o fetichismo da mercadoria e as tendências quantificadoras e aceleradoras do capital são não apenas abordadas criticamente, mas também expandidas nas investigações de Simmel acerca dos paradoxos da cultura moderna – a ponto de sua Filosofia do dinheiro ter sido considerada, por um leitor contemporâneo, como uma contrapartida psicológica a O capital. Talvez em parte alguma tais afinidades tenham sido mais proficuamente articuladas do que em História e consciência de classe, de Georg Lukács, um livro de importância decisiva para a teoria crítica do século XX.

Seus diagnósticos se assentam, todavia, em fundamentos filosóficos e políticos bastante distintos: enquanto Marx se apoiou nas tradições do hegelianismo de esquerda, da economia política inglesa e do socialismo francês, Simmel dialogou sobretudo com o neokantismo, a economia neoclássica e o vitalismo. Em que medida, então, as investigações simmelianas sobre o dinheiro complementam, ampliam, ou contradizem as análises marxianas sobre o capital? Seus diferentes pressupostos filosóficos e metodológicos constituem um obstáculo para o diálogo produtivo entre seus argumentos? Como conciliar as análises marxianas focadas nas lutas de classe e na exploração com a ênfase simmeliana em patologias sociais que afetam os indivíduos modernos em seu conjunto? De que maneira suas perspectivas marcaram a história da teoria crítica no século passado e como podem se tornar relevantes para os debates contemporâneos?

A Dissonância aceita contribuições (artigos, resenhas e traduções) que reflitam sobre esses e outros aspectos da relação entre Marx e Simmel.

Em caso de dúvidas, escreva para a revista (revteoriacritica@gmail.com) ou diretamente para os editores do dossiê (mariana.on.teixeira@gmail.com e arthur.bueno@uni-erfurt.de).