Revoltas, marinheiros e sistema prisional no Arsenal de Marinha
notas sobre o trabalho compulsório e cultura política num Rio de Janeiro Atlântico (1820– 1840)
DOI:
https://doi.org/10.53000/hs.v10i12.183Palavras-chave:
Arsenal de marinha, Presiganga, Manifesto de presos, Rio de JaneiroResumo
Neste artigo analisamos episódios de revoltas articuladas de livres e escravos prisioneiros no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, principalmente aqueles forçados a trabalhar na construção do Dique Imperial na primeira metade do século XIX. Buscamos iluminar a circulação de experiências com dimensões atlânticas dentro dos muros do complexo do Arsenal, que influenciava tanto os presos como a produção de uma cultura política no interior de um sistema prisional que reunia escravos, marinheiros, fugitivos, marujos de vários países, homens do mar, escravos da nação, africanos livres e desertores militares.
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