A febre amarela antes do mosquito

miasmas e contágio nos manuais de medicina popular no século XIX

Autores

  • Isabel Stancik Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Marco Antonio Stancik Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.53000/hs.n16.238

Palavras-chave:

Febre amarela, Manuais de medicina popular, História da medicina

Resumo

O trabalho apresenta as concepções relativas à febre amarela adotadas no Brasil no século XIX, antes de se atribuir sua propagação à ação do mosquito Aedes aegypti. Para tanto, procura-se esclarecer o emprego das noções de miasmas, ou infecção e contágio, conforme apresentadas pelos manuais de medicina popular disponíveis no período.

Biografia do Autor

Isabel Stancik, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Pós-graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professora da Rede Estadual de Ensino. 

Marco Antonio Stancik, Universidade Federal do Paraná

Doutorado da Universidade Federal do Paraná. Professor Associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Referências

ACKERKNECHT, Erwin H. “Anticontagionism between 1821 and 1867”. Bulletin of the history of medicine. v. 22, p. 562-593, 1948.

ALMEIDA, Marta de. “Tempo de laboratórios, mosquitos e seres invisíveis: as experiências sobre a febre amarela em São Paulo”. In: CHALHOUB, Sidney et all. Artes e ofícios de curar no Brasil. Campinas: Unicamp, 2003, p. 123-160.

AULETE, F. J. Caldas. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. 2. ed. Lisboa: Parceria Antonio M. Pereira, 1925. 2 vol.

BENCHIMOL, Jaime L. Dos micróbios aos mosquitos: febre amarela e a revolução pasteuriana no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz/UFRJ, 1999.

BENCHIMOL, Jaime L. (Coord.). Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.

BRUCKNER, T. O médico homeopata da família. 4. ed. Leipzig: Pharmacia Central Homeopática, 1912.

CAPONI, Sandra. “La generación espontánea y la preocupación higienista por la diseminación de los gérmenes”. Rio de Janeiro, História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 9, n. 3, p. 591-608, set./dez. 2002.

CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

CHERNOVIZ, Pedro Luiz N. Formulário e guia médico. 16. ed. Paris: A. Roger e F. Chernoviz, 1897.

CHERNOVIZ, Pedro Luiz N. Formulário e guia médico. 17. ed. Paris: Roger & Chernoviz, 1904.

CHERNOVIZ, Pedro Luiz N. Formulário e guia médico. 18. ed. Paris: Roger & Chernoviz, 1908.

CHERNOVIZ, Pedro Luiz N. Formulário ou guia médica. 8. ed. Paris: Casa do autor, 1868.

CORBIN, Alain. Saberes e odores: o olfato e o imaginário social nos séculos XVIII e XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

CZERESNIA, Dina. Do contágio à transmissão: ciência e cultura na gênese do conhecimento epidemiológico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1997.

DECHAMBRE, A.; DUVAL, M.; LEREBOULLET, L. Dictionnaire usuel des sciences médicales. 2. ed. Paris: G. Masson, 1892.

FIGUEIREDO, Betânia G. A arte de curar: cirurgiões, médicos, boticários e curandeiros no século XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2002.

FIGUEIREDO, Betânia G. “Chernoviz e a medicina no Brasil no século XIX”. Estudos, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 95-109, mai. 2001.

FIGUEIREDO, Betânia G. “Os manuais de medicina e a circulação do saber no século XIX: mediação entre o saber acadêmico e o saber popular”. Educar, Curitiba, n. 25, p. 59-73, 2005.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 5. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

GUIMARÃES, Maria Regina C. “Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 501-514, mai./ago. 2005.

GUIMARÃES, Maria Regina C. Civilizando as artes de curar: Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império. Rio de Janeiro, 2003, 104 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz.

HEAMAN, E. A. “The rise and fall of anticontagionism in France”. Canadian Bulletin of Medical History/Bulletin canadien d’histoire de la medicine. v. 12, n. 1, p. 3-25, 1995.

LANGGAARD, Theodoro J. H. Dicionário de medicina doméstica e popular. Rio de Janeiro: Henrique Laemmert, 1865. 3 vol.

LANGGAARD, Theodoro J. H. Dicionário de medicina doméstica e popular. 2. ed. Rio de Janeiro: Henrique Laemmert, 1872. 3 vol.

LAURIE, J. Medicina doméstica homeopática. Rio de Janeiro: José Ferreira de Pinho, 1907.

ROSEN, George. Uma história da saúde pública. 2. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec, Unesp, Abrasco, 1994.

SOARES, Marcio de S. “Médicos e mezinheiros na Corte Imperial: umaherança colonial”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 407-438, jul./ago. 2001.

SOURNIA, Jean-Charles. O homem e a doença. In: LE GOFF, Jacques (Apr.). 2. ed. As doenças tem história. Lisboa: Terramar, 1997, p. 359-361.

SOURNIA, Jean-Charles; RUFFIE, Jacques. As epidemias na história do homem. Lisboa: Edições 70, 1986.

TRONCA, Ítalo. As máscaras do medo: LeprAids. São Paulo: Unicamp, 2000.

Downloads

Publicado

25-05-2023

Como Citar

Stancik, I., & Stancik, M. A. (2023). A febre amarela antes do mosquito: miasmas e contágio nos manuais de medicina popular no século XIX. História Social, (16), 147–165. https://doi.org/10.53000/hs.n16.238

Edição

Seção

Artigos