As dinâmicas do tráfico interno sob a perspectiva das companhias mercadoras de escravizados

o caso de Juiz de Fora (MG) durante a segunda metade do século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53000/hs.n26.4879

Palavras-chave:

Escravidão, Comércio interno, Companhias mercadoras, Juiz de Fora

Resumo

Este artigo investiga a atuação das companhias mercadoras de escravizados na segunda metade do Oitocentos. Para tal designo, nos atentamos ao contexto do comércio interno no município de Juiz de Fora e suas conexões, entre os anos de 1862 a 1888. Com o objetivo de compreender o papel assumido e as estratégias usadas pelos agentes a frente das companhias, utilizamos, primordialmente, os Livros de Escrituras públicas de compra e venda de escravos de Juiz de Fora, a documentação mais completa para análise deste tipo de comércio. Buscamos, também, compreender como esses homens movimentaram o comércio de escravos na cidade, além de identificar o perfil dos escravizados comercializados.

Biografia do Autor

Dayana de Oliveira da Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Referências

ANDRADE, Rômulo G. Limites impostos pela escravidão à comunidade escrava e seus vínculos de parentesco: Zona da Mata de Minas Gerais, século XIX. 1995. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo. São Paulo, 1995.

CHAGAS, Paulo Pinheiro. Esse velho vento da aventura: memórias. Editora Itatiaia Limitada: Belo Horizonte, 1977.

CHALHOUB, Sidney. Visões da Liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravatura no Brasil: 1850-1888. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

COSTA, Joaquim Ribeiro. Toponímia de Minas Gerais. Com estudo histórico de Divisão Territorial e Administrativa. Belo Horizonte, BDMG Cultural, 1997.

COSTA, Wesley Souza. “Relho não matava negro”: crimes contra escravos na comarca do Rio das Mortes (1840-1888). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São João del-Rei. São João del-Rei, 2016.

DEAN, Warren. Rio Claro. Um sistema de Grande Lavoura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

DE LIMA FILHO, Valney Mascarenhas. Comércio de cabotagem e tráfico interno de escravos em Salvador (1830-1880). Revista Cantareira, n. 32, 2020.

FLAUSINO, Camila. Negócios da escravidão: tráfico interno de escravos em Mariana 1850-1886. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2006.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de Grossa Aventura. Acumulação e Hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

GRAHAM, Richard. Nos tumbeiros mais uma vez? O comércio interprovincial de escravos no Brasil. Revista Afro-Ásia, Salvador: CEAO/UFBA, nº 27. 2000. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/27_8_tumbeiros.pdf. Acesso em: 13 abr. 2019.

GRAHAN, Sandra Lauderdale. Caetana diz não: histórias de mulheres da sociedade escravista brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

GUIMARÃES, Elione Silva. Múltiplos viveres de afrodescendentes na escravidão e no pós-emancipação: família, trabalho, terra e conflito (Juiz de Fora – MG, 1828 – 1928). São Paulo: Annablume, 2006.

GUIMARÃES, Elione Silva; GUIMARÃES, Valéria Alves. Aspectos cotidianos da escravidão em Juiz de Fora. Juiz de Fora: FUNALFA, 2001.

HORA, Ana Paula Cruz Carvalho da. Negócios entre senhores: o comércio de escravos em Feira de Sant’Anna. (1850-1888). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Estado da Bahia. Santo Antônio de Jesus, 2014.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1 Edições, 2018b.

MACHADO, Cláudio Heleno. Tráfico interno de escravos estabelecido na direção de um município da região cafeeira de Minas Gerais: Juiz de Fora, na Zona da Mata (segunda metade do século XIX). Monografia (Especialização em História do Brasil) – Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 1998.

MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no Sudeste escravista- Brasil século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.

MIRANDA, Sonia Regina (coord.). Entre o Rio e Colônia Tudo Começa. Cadernos para o professor, Juiz de Fora, v. 1, n. 2, p. 7, maio 1993.

MOTTA, José Flávio. Escravos daqui, dali e de mais além: o tráfico interno de cativos em Constituição (Piracicaba), 1861-1880. Revista Brasileira de História (Online), v. 26, p. 15-47, 2006.

NEVES, Erivaldo Fagundes. Sampauleiros traficantes: comércio de escravos do alto sertão da Bahia para o Oeste cafeeiro paulista. Afro-Ásia, n. 24, 2000.

OLIVEIRA, Joice Fernanda de Souza. Atando e desatando nós: negociantes e cativos no comércio interno de escravizados, 1850-1888. Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2019.

PASSOS, André Fernandes. Rotas internas do comércio de escravos: Laguna, primeiras décadas do século XIX. Monografia de Conclusão de Curso. Departamento de História, Universidade Federal de Santa Catarina. Ilha de Santa Catarina, 2015.

PIRES, Anderson José. Capital agrário, investimento e crise na cafeicultura de Juiz de Fora – 1870/1930. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense. Niterói, 1993.

PIRES, Maria de Fátima Novaes. Fios da vida: tráfico internacional e alforrias nos Sertoins de Sima – BA (1860 – 1920). São Paulo: Annablume, 2009.

PROCÓPIO FILHO, J. Aspectos da vida rural de Juiz de Fora. Juiz de Fora: s./ed., 1973

PROCÓPIO FILHO, J. Salvo Erro ou Omissão – Gente Juiz-forana. Juiz de Fora: Esdeva, 1979.

ROCHA, Cristiany Miranda. Gerações da senzala: famílias e estratégias escravas no contexto dos tráficos africano e interno. Campinas, século XIX. Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. São Paulo, 2004.

SCHEFFER, Rafael da Cunha. Comércio de cativos através das fontes cartoriais: possibilidades e seus limites. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH, 27, 2013, Natal. Anais [...], Natal: ANPUH, 2013.

SCHEFFER, Rafael da Cunha. Tráfico interprovincial e comerciantes de escravos em Desterro, 1849-1888. Dissertação. (Mestrado em História) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006.

SILVA, Dayana de Oliveira. Destinos incertos: negociantes, cativos e o tráfico interno em Juiz de Fora (1870-1880). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2019.

SLENES, Robert. The Brazilian Internal Slave Trade, 1850-1888: “Regional Economies, Slave Experience, and the Politics of a Peculiar Market”. The Chattel Principle: Internal Slave Trade in the Americas. New Haven: Yale University Press, p. 325-70, 2004.

SOBRINHO, José Hilário Ferreira. "Catirina minha nega, Teu sinhô ta te querendo vende, Pero Rio de Janeiro, Pero nunca mais ti vê, Amaru Mambirâ": O Ceará no tráfico interprovincial – 1850-1881. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2005.

VASCONCELOS, Albertina Lima. Tráfico interno, liberdade e cotidiano de escravos no Rio Grande do Sul: 1800-1850. Anais do II Encontro de Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, Porto Alegre, 2005.

TIZOCO, Ulisses H. Pessoas Negociando Pessoas: o mercado de escravos de Bonfim do Paraopeba (MG) e suas conexões (1842-1888). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2018.

Downloads

Publicado

30-08-2023

Como Citar

Silva, D. de O. da. (2023). As dinâmicas do tráfico interno sob a perspectiva das companhias mercadoras de escravizados: o caso de Juiz de Fora (MG) durante a segunda metade do século XIX. História Social, (26), 302–329. https://doi.org/10.53000/hs.n26.4879