Intenções e práticas coloniais em Angola nas páginas do Annaes do Conselho Ultramarino (parte não official), 1854-1867
DOI:
https://doi.org/10.53000/hs.v19i27/28.5300Palavras-chave:
Angola, Narrativas coloniais, Agentes coloniaisResumo
As linhas que seguem se colocam como um estudo de caso sobre o periódico português Annaes do Conselho Ultramarino (parte não official), publicado entre 1854 e 1867, pela Imprensa Nacional em Portugal, sendo posteriormente compendiado e republicado entre 1867 e 1869. Nosso interesse se debruça especialmente sobre o conjunto narrativo do periódico e textos coloniais disseminados em suas páginas sobre o território de Angola. Nesse intento, buscamos compreender as ações coloniais em prática no século XIX face às populações africanas, permitindo observar relações marcadas por ambiguidades entre agentes coloniais, autoridades africanas e sujeitos de ação intermediária entre comércio e política.
Referências
Fontes
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo I (Fevereiro de 1854 a Dezembro de 1858). Lisboa, Imprensa Nacional, 1867.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo II (Janeiro de 1859 a Dezembro de 1861). Lisboa, Imprensa Nacional, 1867.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo III (Janeiro de 1862 a Dezembro de 1862). Lisboa, Imprensa Nacional, 1868.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo IV (Janeiro de 1863 a Dezembro de 1863). Lisboa, Imprensa Nacional, 1868.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo V (Janeiro de 1864 a Dezembro de 1864). Lisboa, Imprensa Nacional, 1868.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo VI (Janeiro de 1865 a Dezembro de 1865). Lisboa, Imprensa Nacional, 1868.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo VII (Janeiro de 1866 a Dezembro de 1866). Lisboa, Imprensa Nacional, 1869.
Annaes do Conselho Ultramarino (Parte não Official) – Tomo VIII (Janeiro de 1867 a Maio de 1867). Lisboa, Imprensa Nacional, 1869.
Bibliografia
ALEXANDRE, Valentim. Os sentidos do império: questão nacional e questão colonial na crise do Antigo Regime português. Porto: Edições Afrontamento, 1993.
ALEXANDRE, Valentim. Velho Brasil, novas Áfricas: Portugal e o Império (1808-1875). Porto: Edições Afrontamento, 2000.
ALMEIDA, Fernando Simões de. Bernardino José Brochado, pioneiro do Cunhama. Revista do Gabinete de Estudos Ultramarinos, Lisboa, n. 1, p. 35-41, 1951.
CÂNDIDO, Mariana Pinho. Enslaving frontiers: slavery trade and identity in Benguela, 1780-1850. 322 f. Tese (Doutorado em História) – York University, Toronto, 2006.
CONSELHO ULTRAMARINO. Boletim e Annaes do Conselho Ultramarino. Lisboa, Imprensa Nacional, 1854.
COOPER, Frederick. Colonialism in question: theory, knowledge, history. Los Angeles: University of California Press, 2005.
DIAS, Jill. Mudanças nos padrões de poder no “hinterland” de Luanda: o impacto da colonização sobre os Mbundu (c.1845-1920). Penélope, Lisboa, n. 14, p. 43-91, 1994.
DIAS, Jill. Angola. In: SERRÃO, Joel; MARQUES, A. H. de Oliveira (dirs.), ALEXANDRE, Valentim; DIAS, Jill (coord.). Nova história da expansão portuguesa (Volume X): O império africano, (1825-1890). Lisboa: Editorial Estampa, 1998.
ESPÍNDOLA-SOUZA, Maysa. A liberdade da lei: o trabalho do indígena africano na legislação do império português 1850-1910. 192 f. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. Disponível em https://core.ac.uk/download/pdf/161518213.pdf Acesso em 01 de julho de 2024.
FERREIRA, Roquinaldo. Dos Sertões ao Atlântico: tráfico ilegal de escravos e comércio lícito em Angola, 1830-1860. 289 f. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996.
FERREIRA, Roquinaldo. Brasil e Angola no tráfico ilegal de escravos, 1830-1860. Angola e Brasil nas rotas do Atlântico sul. PANTOJA, Selma e SARAIVA, J. F. S. (orgs). Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1999, p. 143-194.
FERREIRA, Roquinaldo. “Ilhas Crioulas”: o significado plural da mestiçagem cultural na África Atlântica. Revista de História, n. 2, p. 17-41, 2006. Disponível em https://revhistoria.usp.br/?p=378 Acesso em: 01 de julho de 2024.
FLORENTINO, Manolo.; FRAGOSO, João. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil em uma economia colonial tardia, Rio de Janeiro (c.1790-c.1840). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
HEINTZE, Beatrix. Pioneiros africanos: caravanas de carregadores na África CentroOcidental (entre 1850 e 1890). Lisboa: Editorial Caminho, 2004.
HENRIQUE, Sónia Pereira. O acesso ao arquivo colonial português na segunda metade do século XIX: o Boletim e Annaes do Conselho Ultramarino. Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra, v. 32, n. 1, p. 111-147, 2019. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/boletimauc/article/view/32_1_4/5334. Acesso em: 09 de julho de 2024.
HENRIQUES, Isabel Castro. Percursos da modernidade em Angola: dinâmicas comerciais e transformações sociais no século XIX. Lisboa: IICT-ICP, 1997.
KOSELLECK, Reinhart. Uma história dos conceitos: problemas teóricos e práticos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, nº 10, p. 134-146, 1992. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/1945 Acesso em: 22 de julho de 2024.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Editora PUC-RJ, 2006.
LOUSADA, Maria Alexandre. D. Pedro ou D. Miguel? As opções políticas da nobreza titulada portuguesa. Penélope, Lisboa, nº 4, nov, p. 81-113, 1989.
LOVEJOY, Paul. A escravidão na África: uma história de suas transformações. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
MARQUES, João Pedro. Os sons do silêncio: o Portugal de oitocentos e a abolição do tráfico de escravos. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 1999, p. 361.
MARQUES, João Pedro. Portugal e o abolicionismo. ALEXANDRE, Valentim (org.). O Império africano (séculos XIX e XX). Lisboa: Edições Colibri; IHC-UNL, p. 31-54, 2000.
MARQUES, Rui. O império e a câmara de deputados: as marcas de um discurso (1852-1890). 723 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, 2013.
MENEZES, Sebastião Lopes de Calheiros e. Relatório do governador geral da província de Angola no anno de 1861. Lisboa: Imprensa Nacional, 1867.
MILLER, Joseph. The paradoxes of impoverishment in the Atlantic zone, In: BIRMINGHAM, David; MARTIN, Phylli (eds.). History of Central Africa. London and New York, p. 118- 159, 1983.
MILLER, Joseph. Way of death: merchant capitalism and the Angola slave trade. Madison: Universiry of Wisconsin Press, 1988.
RIBEIRO, Elaine. Fissuras no discurso abolicionista português: o service de carregadors e a colonização da África centro-ocidental. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, p. 1-15, 2011.
RICŒUR, Paul. Teoria da interpretação. Porto: Porto Editora, 1995.
SANTOS, Catarina Madeira.; TAVARES, Ana Paula. Africae monumenta: a apropriação da escrita pelos africanos, Vol. 1 – Arquivo Caculo Cacahenda. Lisboa: IICT, 2002.
SANTOS, Maria Emília Madeira. O estudo da hidrografia numa região de civilizações de terra, a África Austral. Separata Universidade de Coimbra, Coimbra, v. 39, p. 1-18, 1984.
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
SOARES, Francisco Manuel Antunes. Alguma bibliografia política em Angola no século XIX. Revista Angolana de Sociologia, n. 4, p. 119-137, 2009.
TORRES, Adelino. O Império português entre o real e o imaginário. Lisboa: Escher, 1991.
VANSINA, Jan. Ambaca society and salve trade, c.1760–1845. Journal of African History, n. 46, p. 1–27, 2005. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/4100827 Acesso em 18 de julho de 2024.
VILAS BÔAS, Felipe. Abolir, colonizar, negociar: Sobas e moradores em face dos interesses portugueses em Golungo Alto, Angola (c.1840-c.1860). Revista Sankofa, n. 24, p. 95-114, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/178936. Acesso em 01 de julho de 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 História Social

Este trabalho é licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.