Dimensões Políticas do Reconhecimento e seus Limites
Resumo
Com a finalidade de ressaltar a importância propriamente política do conceito de reconhecimento, pretendo apresentar o que entendo ser a principal contribuição de Axel Honneth para uma reflexão a respeito da gramática dos conflitos sociais, a saber, a investigação acerca das experiências de desrespeito e da motivação moral da luta. Em seguida, exponho as dificuldades que o conceito apresenta para uma reflexão sobre a política, considerando tanto pressupostos normativos muito fortes quanto um problema de abrangência empírica. Por fim, gostaria de sugerir brevemente uma maneira frutífera, mas mais modesta, de empregar politicamente o conceito de reconhecimento, admitindo algum grau de indeterminação prática da política.
Referências
ALLEN, Amy. “Recognizing Domination: Recognition and Power in Honneth’s Critical Theory.” Journal Power 3 (2010): 21-32. doi:10.1080/17540291003630338.
BOLTANSKI, Luc, e Axel Honneth. “Soziologie der Kritik oder Kritische Theorie? Ein Gespräch mit Robin Celikates". In Was ist Kritik?, organizado por Rahel Jaeggi e Tilo Wesche, 83-116. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2009.
CELIKATES, Robin. Kritik als soziale Praxis: Gesellschaftilche Selbstverständigung und Kritische Theorie. Frankfurt am Main/Nova York: Campus, 2009.
DERANTY, Jean-Philippe. Beyond Communication: A Critical Study of Axel Honneth’s Social Theory. Leinde/Boston: Brill, 2009.
_______________. “Hegelian Recognition, Critical Theory, and Social Sciences.” In O’Neill e Smith, Recognition Theory as Social Research, 2012, 39-60.
FRASER, Nancy. “Da Distribuição ao Reconhecimento? Dilemas da Justiça na Era Pós-Socialista.” In Democracia Hoje: Novos Desafios para a Teoria Democrática Contemporânea, organizado por Jessé Souza, 245-282. Brasília: Editora UnB, 2001.
_______________. “Rethinking Recognition.” In The Philosophy of Recognition: Historical and Contemporary Perspectives, organizado por Christopher Zurn e Hans-Christoph Schmidt am Busch, 211-222. Nova York: Lexington Books, 2010.
_______________. “Reconhecimento sem Ética?.” Tradução de Ana Carolina F. L. Ogando e Mariana P. F. Assis. Lua Nova 70 (2007): 101-138. doi:10.1590/S0102-64452007000100006.
FRASER, Nancy e HONNETH, Axel. Redistribution or Recognition? London/Nova York: Verso, 2003.
GIANNOTTI, José Arthur. “Sofrimento de indeterminação.” Novos Estudos CEBRAP 80 (2008): 219-221. doi:10.1590/S0101-33002008000100015.
HONNETH, Axel. Das Recht der Freiheit. Berlin: Suhrkamp, 2011.
_______________. “Foreword.” In O’Neill e Smith, Recognition Theory as Social Research: Investigating the Dynamics of Social Conflict, vii-ix. Nova York: Palgrave Macmillan, 2012.
_______________. Luta por Reconhecimento: A Gramática Moral dos Conflitos Sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34, 2003.
_______________. Sofrimento de Indeterminação: Uma Reatualização da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Esfera Pública, 2007.
ISER, Mattias. “Desrespeito e Revolta.” Tradução de Giovani A. Saavedra. Sociologia 33 (2013): 82-119. doi:10.1590/S1517-45222013000200004.
JAEGGI, Rahel. “Reconhecimento e Subjugação: Da relação entre Teorias Positivas e Negativas da Intersubjetividade.” Tradução de Emil A. Sobottka. Sociologias 15 (2013): 120-140. doi:10.1590/S1517-45222013000200005.
MELO, Rúrion, org. A Teoria Crítica de Axel Honneth: Reconhecimento, Liberdade e Justiça. São Paulo: Saraiva, 2013.
_______________. “Da teoria à práxis? Axel Honneth e as Lutas por Reconhecimento na Teoria Política Contemporânea”. Revista Brasileira de Ciência Política 15 (2014): 17-36.
_______________. “Práxis Social, Trabalho e Reconhecimento: O problema da Reconstrução Antropológica na Teoria Crítica” In A teoria crítica de Axel Honneth, 2013, 145-180.
_______________. “Repensando o Déficit Sociológico da Teoria crítica: De Honneth a Horkheimer”. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade 22 (2017): 63-76. doi:10.11606/issn.2318-9800.v22i2p63-76.
MELO, Rúrion, e WERLE, Denilson. “Um Déficit Político do Liberalismo Hegeliano? Autonomia e Reconhecimento em Honneth”. In Melo, A Teoria crítica de Axel Honneth, 2013, 317-335.
NOBRE, Marcos. “Reconstrução em Dois Níveis: Um aspecto do Modelo Crítico de Axel Honneth”. In Melo, A teoria crítica de Axel Honneth, 11-54.
O’NEILL, Shane e SMITH, Nicholas, orgs., Recognition Theory as Social Research: Investigating the Dynamics of Social Conflict. Nova York: Palgrave Macmillan, 2012.
PETHERBRIDGE, Danielle. The Critical Theory of Axel Honneth. Nova York: Lexington Books, 2013.
STAHL, Titus. Immanente Kritik: Elemente einer Theorie sozialer Praktiken. Frankfurt am Main/Nova York: Campus, 2013.
TAYLOR, Charles. “A Política do Reconhecimento”. In Argumentos filosóficos, 241-274. São Paulo: Loyola, 2000.
TEIXEIRA, Mariana Oliveira do Nascimento. Patologias Sociais, Sofrimento e Resistência: Reconstrução da Negatividade Latente na Teoria Crítica de Axel Honneth. Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas, 2016. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/321432.
THOMPSON, Simon. The Political Theory of Recognition: A Critical Introduction. Cambridge: Polity Press, 2006.
VOIROL, Olivier. “Filosofia e Pesquisa Social: O ‘Problema Hegeliano’ de Max Horkheimer a Axel Honneth”. In Melo, A teoria crítica de Axel Honneth, 2013, 117-144.
YOUNG, Iris. Inclusion and Democracy. Oxford: Oxford University Press, 2000.
ZURN, Christopher. “Introduction”. In The Philosophy of Recognition: Historical and Contemporary Perspectives, organizado por Christopher Zurn e Hans-Christoph Schmidt am Busch, 1-19. Nova York: Lexington Books, 2010.
