O Que é Crítico na Descolonização da Teoria Crítica? Amy Allen e o Fim do Progresso
Abstract
Em The End of Progress, Amy Allen afirma que para ser verdadeiramente crítica a teoria crítica deve ser descolonizada. No que se segue, recupero o programa do livro, tendo em vista suas objeções às estratégias neo-hegelianas e neokantianas adotadas na teoria crítica a partir de Habermas e a contraproposta da autora de uma genealogia problematizante e um contextualismo metanormativo. Depois, pretendo apontar, primeiro, que o projeto de Allen sofre de um déficit histórico e político que contrariaria suas intenções. Segundo, que o diálogo interdisciplinar que o livro aponta pode ser mais frutífero. Por fim, questiono a restrição do âmbito metanormativo a posturas como humildade e modéstia e algumas de suas implicações para a filosofia prática na teoria crítica
References
ADORNO, Theodor W. “Progresso.” Tradução de Gabriel Kohn. Lua Nova 27 (dezembro de 1992): 217-36. doi:10.1590/S0102-64451992000300011.
ALLEN, Amy. “Emancipação sem Utopia.” Tradução de Inara Luisa Marin, Ingrid Cyfer, e Felipe Gonçalves Silva. Novos Estudos 103 (novembro de 2015). doi:10.1111/hypa.12160.
____________. “Having One’s Cake and Eating It, Too: Habermas’s Genealogy of Post-Secular Reason.” In Habermas and Religion, organizado por Craig Calhoun, Eduardo Mendieta, e Jonathan VanAntwerpen, 234-72. Cambridge: Polity Press, 2013.
____________. The End of Progress: Decolonizing the Normative Foundations of Critical Theory. New York: Columbia University Press, 2016.
____________. The Politics of Our Selves: Power, Autonomy, and Gender in Contemporary Critical Theory. Columbia University Press, 2008.
AZMANOVA, Albena. “Crisis? Capitalism is Doing Very Well. How is Critical Theory?” Constellations 21, no 3 (setembro de 2014): 351-65. doi:10.1111/1467-8675.12101.
COOKE, Maeve. Re-presenting the Good Society. Cambridge, Mass: MIT Press, 2006.
FRASER, Nancy. “O que é Crítico na Teoria Crítica? O Argumento de Habermas e o Gênero.” In Feminismo como Crítica da Modernidade, organizado por Seyla Benhabib e Drucilla Cornell, tradução de Nathanel da Costa Caixeiro, 38-65. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.
HABERMAS, Jürgen. “‘The Political’: The Rational Meaning of a Questionable Inheritance of Political Theology.” In The Power of Religion in the Public Sphere, organizado por Eduardo Mendieta e Jonathan VanAntwerpen, 15-23. Nova York: Columbia University Press, 2011.
MAHMOOD, Saba. Politics of Piety: The Islamic Revival and the Feminist Subject. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.
____________. “Reply to Judith Butler.” In Is Critique Secular?: Blasphemy, Injury, and Free Speech, por Talal Asad, Wendy Brown, Judith Butler, e Saba Mahmood, 146–53. Berkeley: University of California Press, 2009.
MELO, Rúrion. Marx e Habermas: Teoria Crítica e os Sentidos da Emancipação. São Paulo: Saraiva, 2013.