As imagens das multidões nos cinejornais de primeiro de maio do Estado Novo

Autores

  • Cássio dos Santos Tomaim Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.53000/hs.n11.150

Palavras-chave:

Multidão, Cinejornal, Estado Novo

Resumo

Este artigo analisa as significações das imagens das multidões nos cinejornais de Primeiro de Maio do Estado Novo, buscando compreender como o discurso cinematográfico contribuiu para a legitimação do regime e a criação do mito Vargas. Procuramos demonstrar que as imagens das multidões são elementos importantes para a diegese deste cinema de propaganda e que deveriam ser contempladas em sua totalidade; qualquer menção ao indivíduo era um risco que poderia quebrar o anel ao qual elas estavam circunscritas e provocar a desagregação, a não eficácia do “ideal totalitário” que constituía a propaganda política estadonovista.

Biografia do Autor

Cássio dos Santos Tomaim, Universidade Estadual Paulista

Doutorado da Universidade Estadual Paulista. Professor associado II da Universidade Federal de Santa Maria.

 

Referências

ARÊAS, Luciana Barbosa. “As comemorações do Primeiro de Maio no Rio de Janeiro (1890-1930)”. Revista História Social, Campinas/São Paulo: Unicamp, n. 4/5, dez./jan. 1997/1998, pp. 9-28.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Ciadas Letras. 1989.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, v. 1, 1985.

BURKE, Edmund. Uma investigação filosófica sobre a origem de nossas idéias do sublime e do belo. Trad. Enid Abreu Dobránszky. Campinas, SP: Papirus, 1993.

CANETTI, Elias. Massa e poder. São Paulo: Cia das Letras. 1995.

CARONE, Edgar. O Estado Novo (1937-1945). Rio de Janeiro: Difel,1976.

COCHART, Dominique. “As multidões e a Comuna: Análise dos primeiros escritos sobre psicologia das multidões”. Revista Brasileira de

História, São Paulo: ANPUH, n. 20, v. 10, mar./ago. 1991, pp. 113-128.

FREUD, Sigmund. “Psicologia das massas e análise do eu”. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Editora Delta, v. 9, s.d., p. 55.

GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. Trad. Maria Lucia Machado. São Paulo: Cia das Letras, 1987.

GOULART, Silvana. Sob a verdade oficial: ideologia, propaganda e censura no Estado Novo. São Paulo: Marco Zero, 1990.

IUSKOW, Cristina. “Multidões em coro”. Esboços. Florianópolis, Santa Catarina, UFSC, n.8, v.8, 2000, pp. 63-70.

LE BON, Gustave. Psicologia das multidões. Lisboa, Portugal: Edições Roger Delraux, 1980.

LEMOS, Pinheiro. “Cinema XIII”. Revista Cultura Política, ano 2, n. 16, jun. 1942. p. 378. In: CARDOSO, Lúcio. Cinema: coletânea de textos da revista Cultura Política. Coleta de textos por José Inácio de Melo e Souza. Rio de Janeiro, 1941-4. Incl. textos sobre cinema de Pinheiro Lemos e relatórios publicados sobre as atividades do DNP e DIP.

PARANHOS, Adalberto. O Roubo da Fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial, 1999.

PERROT, Michelle. “O primeiro Primeiro de Maio na França (1890): nascimento de um rito operário”. In: Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, pp. 127-164.

RABAÇA, Carlos Alberto. Dicionário de comunicação. São Paulo: Ática. 1987.

SCHEMES, Cláudia. Festas cívicas e esportivas no populismo: um estudo comparativo dos governos Vargas (1937-1945) e Perón (1946-1955).

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1995.

SILVA, Gastão Pereira da. Getúlio Vargas e a psicanálise das multidões. Rio de Janeiro: Zélio Valverde, s.d.

SOUZA, José Inácio de Melo. “A propaganda política do Estado e seus temas” In: Ação e imaginário de uma ditadura: Controle, coerção e propaganda política nos meios de comunicação no Estado Novo. Dissertação de Mestrado. Escola de Comunicação e Artes (ECA).

Universidade de São Paulo. São Paulo, 1990.

Downloads

Publicado

13-01-2011

Como Citar

Santos Tomaim, C. dos. (2011). As imagens das multidões nos cinejornais de primeiro de maio do Estado Novo. História Social, (11), 41–74. https://doi.org/10.53000/hs.n11.150

Edição

Seção

Dossiê