Normas e padrões do Tribunal Eclesiástico Mineiro (1750-1830) e o modo de inserção das mulheres neste universo jurídico

Autores

  • Marilda Santana da Silva Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.53000/hs.v6i7.487

Palavras-chave:

Minas Gerais, Colônia, Igreja, Justiça eclesiástica, Mulheres

Resumo

Este artigo discute o envolvimento de algumas mulheres das freguesias de Minas Gerais colonial com o Tribunal Eclesiástico, instalado em Minas em 1745, com a criação do Bispado de Mariana. Procura-se demonstrar que as mulheres envolveram-se com o Juízo Eclesiástico de duas maneiras. Primeiro, figuram como autoras perante o Tribunal, e recorreram a ele para fazer valer seus direitos e resolver seus problemas familiares. Segundo, figuram como rés, ao transgredirem as normas que a Igreja estabelecera. Esta análise visa enfatizar o diálogo entre as regras da instituição e as tendências individuais de uma parcela da população feminina de Minas colonial.

Biografia do Autor

Marilda Santana da Silva, Universidade Federal do Ceará

Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas, Brasil(2003)

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Publicado

23-12-2010

Como Citar

Santana da Silva, M. (2010). Normas e padrões do Tribunal Eclesiástico Mineiro (1750-1830) e o modo de inserção das mulheres neste universo jurídico. História Social, 6(7), 99–118. https://doi.org/10.53000/hs.v6i7.487